Por vezes estamos com pouca vontade de comer, ou achamos que não devemos comer muito naquela refeição, ou não gostamos muito do prato que está a ser servido (isto acontece muito em casamentos, rodízios, etc) e pedimos ao empregado só "só um bocadinho para provar".
Meus amigos, isto é o que todo o empregado de mesa quer ouvir!
Imediatamente o empregado pega na porção mais pequena possível do que está na travessa e põe no nosso prato, largando de seguida um sarcástico "chega?", acompanhado de um sorriso triunfal.
Se o prato contém batatas fritas escusado será dizer que ele vai servir-nos só uma batata, a mais pequena da travessa. Pratos com azeitonas é o preferido deles, uma azeitoninha isolada e triste no meio do prato tem um efeito monumental no sucesso desta piada. Os mais habilidosos arriscam até um par de grãos de arroz, mas isto já não é para todos.
É engraçado, confesso. Das primeiras 3 ou 4 vezes. Mas o que acontece é o seguinte:
Esse é o caso para o empregado. A não ser que seja um cliente de longa data (e esses não pedem só bocadinhos para provar), qualquer cliente "novo" que o peça vai levar com a azeitoninha, porque para o empregado é a 1ª ou 2ª vez que serve esse cliente. Só que esse cliente pode já ter sido alvo do truque da azeitoninha milhões de vezes antes. Sim, porque o truque da azeitoninha é como o doce da casa, é igual em todas as casas!
O que eu sugiro é virar o feitiço contra o feiticeiro. Como? Simples. Basicamente o procedimento tem 3 passos:
- Se não for num casamento, pedir um prato que tenha na sua constituição, batatas fritas, arroz ou pelo menos azeitonas.
- Esperar tranquilamente que o empregado venha com a travessa para a nossa esquerda e pedir educadamente "dê-me um bocadinho só para provar, sff".
- Assim que ele solta o sorriso triunfal, depois de ter posto a azeitona sozinha no meio do prato, responder com um "está bom, obrigado" e devolver um sorriso tão grande ou maior que o dele.
E é vê-lo a voltar para a cozinha em passo acelerado, tentando manter a travessa equilibrada nas mãos escorregadias do suor gerado pelo calor que a fúria provoca e praguejando por dentro como se não houvesse amanhã.
Experimentem.
Eu acho-lhes uma graça...!
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