Todos nós já passámos por aquele momento em que estamos num bar, numa festa de verão, num convívio, numa discoteca, num festival de música, no meio da multidão... e queremos beber uma cerveja! Isto não é um problema, são vários. O sítio onde se vendem está longe, é preciso passar no meio da multidão, perder o nosso posto tão confortável que tínhamos arranjado, levar encontrões de todo o lado... E chegando lá continuam. É preciso senhas pré-compradas noutro lado qualquer, está uma fila descomunal, e raramente nos dão um fino à borla por cada um que pedimos. Ninguém gosta deste ritual. E olhem que há quem goste muito de cerveja! Toda a gente liberta, mesmo que seja em silêncio, um "epáááá..." de desalento, num misto de desejo de matar a sede com uma cervejinha com uma quase certa odisseia desesperante para consegui-lo... Toda? Não! Uma pequena aldeia, habitada por irredutíveis gauleses ... esqueçam, isto é outra história.
Há sempre um amigo que está disponível para ir buscar os finos de toda a gente! Como? Porquê?! Qual pode ser a vantagem de ir buscar 5 finos e passar por este cenário todo, agravado pelo facto de ter que voltar para trás com cinco finos nas mãos, e entornar metade de cada copo no caminho? É precisamente aí que está o ouro, meus caros. O gajo sabe perfeitamente que ninguém o vai chatear quando ele chegar com cada copo um pouco menos cheio, porque toda a gente sabe pelo que ele tem que passar... com cinco finos na mão. Pois é, a verdade é que ele não os foi entornando pelo caminho com os encontrões... ele bebeu, pelo menos, um golito ou dois de cada copo. Este gajo, de cada vez que lá vai, é um grande amigo, mas bebe pelo menos o equivalente a um fino dos copos todos! E ainda fica com um fino para ele à borla, porque é mais fácil convencer o pessoal que serve a oferecer um fino por cada cinco, de vez em quando. Não admira que ao final da noite esteja a puxar uma carroça. "Epá, entornei um bocadinho sem querer de um copo ou dois, está muita confusão". Ai é, meu estadulho, e vens com os copos todos a meio porquê?!
Eu acho-lhe uma graça...!
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